Maputo — O cenário político moçambicano acaba de ganhar um novo e potencialmente explosivo protagonista. É oficial: o partido ANAMOLA, liderado por Venâncio Mondlane, recebeu a aprovação formal para existir e atuar legalmente no xadrez político nacional. A notícia, confirmada há instantes pelo assessor político de Mondlane, Dinis Tivane, já está a incendiar as redes sociais e a acender novas esperanças — e medos — na arena pública.
"IRMÃOS... É OFICIAL... AGORA É ANAMOLA...", escreveu Tivane num tom de celebração. O assessor revelou ter recebido uma chamada direta do advogado Dr. Mutola, que trouxe a mensagem aguardada por meses: “Dinis, nosso partido está, finalmente, aprovado. Agora é ANAMOLA”.
Para Tivane, este momento é mais do que burocracia política:
“Festejemos o início formal da Revolução Moçambicana. Em breve, o Engenheiro vai se pronunciar… Dedico este momento ao Elvino Dias e a todos os heróis que tombaram nesta luta pela libertação de Moçambique do domínio opressor deste regime sanguinário. Demos um enorme passo, irmãos!!! Festejemos.”
Assista ao vídeo:
ANAMOLA: uma sigla carregada de simbolismo
A aprovação da ANAMOLA representa o nascimento oficial de uma força que se apresenta como "a nova locomotiva da mudança". Desde que rompeu com a RENAMO após uma disputa interna pelo congresso, Venâncio Mondlane vem sendo apontado como um dos principais catalisadores de oposição ativa e mobilização popular contra o status quo.
A sigla ANAMOLA — ainda envolta em interpretações sobre o seu significado oficial — já é vista pelos seus apoiadores como o veículo que irá “enterrar o regime” e conduzir Moçambique a um novo ciclo político.
A promessa de uma “Revolução Moçambicana”
Mondlane e seus aliados têm usado o termo "Revolução" não como metáfora, mas como uma convocatória aberta para reorganizar a política nacional, combater o que chamam de “regime sanguinário” e devolver o poder ao povo.
Os próximos dias prometem discursos inflamados, passeatas e estratégias políticas agressivas. Segundo Tivane, o próprio Venâncio Mondlane deverá pronunciar-se “em breve” para anunciar os primeiros passos desta nova fase.
O que muda no jogo político
A entrada formal da ANAMOLA no tabuleiro político pode ter consequências profundas:
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Fragmentação ou reorganização da oposição – partidos já estabelecidos terão de reposicionar-se.
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Mobilização das massas – Mondlane é conhecido pela sua capacidade de arrastar multidões.
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Reação do regime – a aprovação não significa necessariamente facilidades; as batalhas políticas e jurídicas podem apenas estar a começar.
Conclusão: o início ou o fim?
O grito de “Acabouuu?” contido no título não é apenas euforia: é um desafio. Para os apoiadores, o “acabou” é dirigido à era do medo e do controlo político absoluto. Para os críticos, é cedo para cantar vitória.
O certo é que, a partir de hoje, o mapa político moçambicano tem um novo nome a ser temido, amado ou combatido: ANAMOLA.