Venâncio Mondlane marcha sem repressão: Beira testemunha capítulo histórico da oposição moçambicana



Beira, Moçambique — 20/09/2025

Pela primeira vez desde que fundou o recém-legalizado partido ANAMOLA, o líder Venâncio Mondlane conseguiu marchar durante mais de uma hora sem sentir o “carinho da UIR”. Desta vez, não houve gás lacrimogénio, não houve confrontos, não houve dispersão forçada. Apenas a presença de milhares de simpatizantes que caminharam lado a lado com ele pelas ruas da Beira.



O episódio, descrito por muitos como um marco de maturidade democrática, aconteceu no dia 20 de setembro de 2025 e já está sendo lembrado como uma virada simbólica na relação entre o Estado e a oposição.



Uma mudança de cenário político

Em ocasiões anteriores, as marchas do líder do ANAMOLA foram marcadas por confrontos, repressão policial e forte presença da Unidade de Intervenção Rápida (UIR). O gás lacrimogénio tornou-se quase um personagem constante nas movimentações de Mondlane.

Mas, desta vez, o cenário foi outro. Segundo observadores locais, o ambiente foi “inesperadamente pacífico”, sinalizando que as instituições podem estar começando a repensar o custo político de sufocar manifestações legítimas.

O papel do município da Beira

A cidade da Beira, historicamente um bastião de resistência e pluralidade política, tornou-se palco da primeira marcha sem repressão do Venâncio Mondlane, líder do ANAMOLA.

O edil Albano Carige foi saudado por membros da oposição e por cidadãos comuns como um dos responsáveis por garantir que a manifestação seguisse seu curso. Sua decisão foi interpretada como um gesto de respeito à democracia e ao direito constitucional de manifestação.

Repercussão nacional e internacional

Nas redes sociais, a marcha rapidamente viralizou. Hashtags ligadas ao evento colocaram o nome de Mondlane no centro das discussões políticas do país. 

Se, até aqui, o partido era lembrado pelos embates com a polícia, agora ganha narrativa de força pacífica que ocupa espaço democrático sem medo.

Reflexo de uma democracia em construção

Ainda é cedo para afirmar que a repressão ficou no passado. Mas a marcha da Beira lança uma pergunta incontornável: será este o início de uma abertura política real em Moçambique?

O contraste entre o gás do passado e a liberdade do presente mostra que a democracia pode, sim, respirar — e que, quando há vontade política, a tensão dá lugar ao diálogo.


📌 Nota do editor:
Parabéns ao Edil Albano Carige por servir à democracia. Um gesto que ficará marcado na memória coletiva da Beira e de Moçambique.

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