Beira, Moçambique — Setembro de 2025
O lançamento público do ANAMOLA, novo partido político liderado por Venâncio Mondlane, transformou a cidade da Beira em palco de uma das mobilizações mais simbólicas da oposição recente. Em discurso marcado por apelo popular, Mondlane prometeu lutar pela liberdade dos moçambicanos e pela justa distribuição da riqueza nacional.
O comício, realizado na zona da Chingussura, reuniu milhares de simpatizantes e apoiadores. Antes de discursar, Mondlane recebeu das mãos do secretário do partido os símbolos oficiais da formação política, em ato carregado de simbolismo.
“Moçambique é rico, mas o povo continua pobre”
Conhecido como VM7, Mondlane foi direto:
“Moçambique é um país rico em recursos. Não faz sentido que o seu povo viva na miséria.”
A declaração ecoou entre os presentes e reforçou a mensagem de que o ANAMOLA nasce como alternativa real à atual ordem política. Mondlane destacou ainda que a liberdade de expressão e de manifestação deve ser respeitada sem medo de represálias, apontando para um futuro onde os direitos fundamentais sejam garantidos.
Figuras em ascensão e narrativa de resistência
Durante o comício, foram apresentadas novas figuras ligadas ao movimento de apoio ao líder opositor, incluindo a sua mandatária recentemente restituída à liberdade, cuja presença foi recebida como símbolo de resistência contra a repressão política.
O gesto reforça a narrativa do partido de que a sua luta vai além da disputa eleitoral: é pela dignidade e voz do cidadão comum.
Conselho Nacional define próximos passos
O evento da Beira marcou apenas o início. Já neste domingo, arranca o primeiro Conselho Nacional do ANAMOLA, também na cidade da Beira. A reunião deverá definir as linhas estratégicas e o rumo político da organização nos próximos anos, consolidando a sua estrutura e preparando o partido para desafios nacionais.
A mensagem além da Beira
Analistas políticos avaliam que o comício representa um divisor de águas na oposição moçambicana. O discurso de Mondlane ressoa como promessa de ruptura com práticas antigas e tentativa de colocar a população no centro das decisões.
O lançamento do ANAMOLA em um dos maiores centros urbanos do país envia também um recado simbólico: a oposição quer ocupar espaço político de forma mais organizada e com discurso claro de mudança.