O presidente moçambicano, Daniel Francisco Chapo, encontra-se no centro de uma nova controvérsia após a sua recente deslocação a Nova Iorque, onde participou da 79ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Segundo a edição desta segunda-feira do jornal Dossiers & Factos, Chapo viajou com uma comitiva de 98 pessoas, num movimento que custou ao erário público mais de 40 milhões de meticais.
A dimensão da delegação e os custos associados à viagem suscitaram murmúrios internos no partido no poder e críticas na esfera pública, sobretudo num momento em que Moçambique enfrenta sérios desafios económicos, incluindo inflação crescente, desemprego juvenil e pressões orçamentais.
De acordo com os números apurados pelo semanário, em apenas oito meses de mandato, Chapo já terá passado 40 dias fora do país, levantando dúvidas sobre a prioridade dada aos assuntos internos.
Apesar disso, a Presidência defende que a presença de Moçambique em fóruns multilaterais como a ONU é essencial para projetar a imagem do país, captar investimentos e fortalecer relações diplomáticas.
No entanto, críticos questionam se a magnitude da delegação não revela mais ostentação do que estratégia, sobretudo quando comparada com outros países em desenvolvimento que participam no mesmo evento com delegações mais enxutas.
Este episódio reabre o debate sobre o equilíbrio entre diplomacia internacional e gestão responsável dos recursos públicos, num contexto em que a população exige maior contenção e foco nas prioridades nacionais.