A tensão continua a crescer na Rádio Moçambique-EP (RM), onde os trabalhadores ainda aguardam uma solução definitiva para o processo de promoções e enquadramentos, paralisado desde o ano passado. A presidente do Conselho de Administração do IGEPE havia anunciado, em 2024, que a empresa avançaria com enquadramentos em massa e com a implementação de um novo sistema remuneratório. Contudo, setembro de 2025 marca um ano desde a promessa, sem que nada tenha saído do papel.
Fontes ouvidas pelo Jornal Integrity Magzine sob anonimato revelam profundo descontentamento não apenas com a administração da RM, mas também com o IGEPE e até com o próprio governo. Para os funcionários, houve “malabarismos e manipulações” destinados a ganhar tempo e assegurar a cobertura das eleições, deixando-os, depois, sem resposta.
“Sentimo-nos enganados e usados. Prometeram-nos promoções e melhores condições apenas para garantirmos a cobertura eleitoral. Hoje, um ano depois, nada mudou”, desabafou um dos trabalhadores.
A crise ganhou novo fôlego após a intervenção da diretora do Gabinfo, Emília Moiane, cuja mediação havia adiado a greve geral prevista para o início deste ano. Os trabalhadores afirmam que a sua participação trouxe esperança, mas agora, com o silêncio prolongado, a confiança voltou a desmoronar.
“Continuamos a sentir-nos traídos pelo Conselho de Administração em conluio com o IGEPE e o Gabinfo. Se nada for resolvido, não restará outra alternativa senão avançar para a greve. E, quando esse momento chegar, ninguém nos vai parar”, alertou uma fonte sindical.
Com o ambiente cada vez mais tenso, cresce o receio de que os funcionários recorram a medidas radicais, incluindo a paralisação total dos trabalhos e até a divulgação de informações internas sobre o processo eleitoral, como forma de pressão.
Enquanto isso, a Rádio Moçambique continua a operar em clima de incerteza e frustração, sem que os trabalhadores tenham uma resposta clara sobre o futuro das suas carreiras.
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